sexta-feira, 25 de setembro de 2015

A tortura como herança da impunidade e a reação sugerida por Marco Roza em “Os vitrais da sala à prova de som”

Maria Laura Canineu, diretora do Human Rights Watch para o Brasil, afirma em entrevista recente que: "A permanência da tortura é um dos pontos mais sensíveis na proteção de direitos humanos no Brasil. Em pelo menos 64 casos de tortura analisados por nós entre 2010 e 2014 em cinco estados (PR, SP, ES, BA e RJ), mais de 150 agentes públicos, policiais civis, militares, agentes penitenciários e socioeducativos, foram identificados."
Segundo a diretora, os casos são inaceitáveis para esse "estágio da democracia". E acrescenta: "As ações ocorrem nas ruas, nas viaturas, nos centros de detenção, nas cadeias. E os métodos são os mais cruéis, como choques, espancamento, violência sexual, ameaça e outros métodos que, no nosso estágio da democracia, a gente não espera ainda que haja".
E concluiu: "A tortura é herança da impunidade. O fato de agentes saberem que não serão punidos propicia que [a tortura] permaneça e este problema é crônico. É a sensação absoluta de impunidade", declarou a diretora.
Veja a reportagem completa em http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/01/ong-diz-que-tortura-por-parte-de-agentes-publicos-permanece-no-brasil.html 
E se estiver disposto a reagir para enfrentar a metástase deste “câncer tortura” que se espalha preferencialmente para os tecidos sociais mais desprotegidos, como os mais pobres, moradores das periferias, negros e mulheres talvez você considere aproveitar as reflexões que o escritor Marco Roza realiza no seu livro “Os vitrais da sala à prova de som”.
“Enquanto nos concentrarmos nos torturadores, apenas, tendemos a perder a guerrilha contra a tortura, porque trata-se de um sistema incrustrado em vários subterrâneos do poder (como um câncer) que é realimentado pela indiferença social e por nosso temor da impunidade que tornam invisíveis os torturadores em vários níveis de vivências sociais”, diz Marco Roza.
No livro “Os vitrais da sala à prova de som” as motivações dos torturadores são dissecadas na sua ânsia de controle absoluto das vontades humanas através das agonias impostas ao algozes submetidos, geralmente com anuência do Estado.

“Talvez seja o momento de reforçarmos a vitória permanente que os torturados sempre terão sobre os torturadores, pois os torturados se vinculam com a transcendência humana, e assim seremos capazes de contagiar social e culturalmente nosso ambiente social e acabar com os focos de torturadores.”

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