O jornal “O Estado de S. Paulo”
nos mostra em reportagem publicada em 21 de setembro de 2015 que “desde seu
início em fevereiro, as audiências de custódia em São Paulo (promovidas pelo
Tribunal de Justiça de São Paulo) permitiram o recolhimento de indícios de que
ao menos 277 presos em flagrante sofreram tortura ou agressão praticadas por
agentes de segurança. Policiais militares estão envolvidos em 79,4% dos casos.”
O que a notícia não mostra,
infelizmente, é que a maioria das vítimas de tortura muito provavelmente são
negros e pobres. Uma combinação que parece excitar os torturadores de plantão
porque contam com a mais absoluta impunidade.
Tanto é que na mesma reportagem, o
“Estadão” mostra as evasivas da Secretaria de Segurança Pública: “Confrontada
com os números do TJ-SP, a secretaria reafirmou, em nota, que os casos
levantados se tratam de “hipóteses” e “alegações feitas pelos próprios presos
sem indício ou prova”. Que continua: “Até o momento nenhuma hipótese foi
comprovada.”
Ou seja, os casos de tortura continuarão
porque a impunidade e a cultura de “torturar primeiro e ajustar a lei depois”,
prevalece. Como aliás acontece nos porões das prisões brasileiras desde os
tempos da escravidão. E que se acirraram e se tornaram endêmicos, atingindo
inclusive vítimas da classe média, durante o período da Ditadura Militar.
É para mostrar como as vítimas resistem,
emocional e espiritualmente, para superar a tortura que escrevi o livro “Os
vitrais da sala à prova de som”, que você pode acessar nesta página.
No
livro, em vez de descrever os gritos de corpos dilacerados das vítimas das
torturas, recrio a resistência das almas dos humilhados e ofendidos, de todas
as classes sociais, que caem nas mãos dos agentes do Estado brasileiro que
aposta na tortura como método de dominação, primeiro, e de investigação como
justificativa.
Principalmente, quando as forças policiais se voltam contra os
mais pobres, mais pretos, mais desprotegidos econômica e socialmente.
Aproveite e leia o prefácio de Nei Duclós. Clique aqui.
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